segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Dislexia: sintomas, tratamento, recomendações

O que é dislexia?



A dislexia é um transtorno da linguagem, que se caracteriza pela dificuldade do indivíduo de decodificar símbolos, ou seja, de relacionar a palavra escrita com a palavra falada. No geral o paciente tem uma dificuldade para aprender a escrever e também para ler e interpretar um texto. É uma doença genética e hereditária.

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De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, o transtorno acomete de 0,5% a 17% da população mundial. Pode manifestar-se em pessoas com inteligência normal ou mesmo superior e persistir na vida adulta.

Pesquisas recentes mostram que a dislexia pode estar relacionada com a produção excessiva de testosterona pela mãe durante a gestação da criança.


Sintomas

Os sintomas variam de acordo com a gravidade do distúrbio e tornam-se mais evidentes durante a fase da alfabetização. Entre os mais comuns encontram-se as seguintes dificuldades:

1) Para ler, escrever e soletrar: muitas vezes o disléxico decora as palavras como um todo sem ter consciência que há nela uma separação. A palavra não é vista como uma junção de letras e sílabas, mas como um desenho fixo que representa um objeto. Por exemplo, um disléxico pode conseguir ler a palavra “gato”, mas porque decorou a posição dos símbolos, não porque decodificou o código da escrita. A palavra “gato”, assim como qualquer outra, para ele não passa de um desenho.

dislexia infantil2) De entendimento do texto escrito: olhar para as palavras escrita em sua língua natal, no caso o português, porém não compreendê-las – ao ponto de elas parecem estar escritas em outro idioma.

3) Para identificar fonemas, associá-los às letras e reconhecer rimas e aliterações.

4) Para decorar a tabuada, reconhecer símbolos e conceitos matemáticos (discalculia).

5) Ortográficas: troca de letras, inversão, omissão ou acréscimo de letras e sílabas (disgrafia).

6) De organização temporal e espacial e coordenação motora.


Diagnóstico

Hoje se sabe que a dislexia está associada a algumas alterações do cérebro e precisa ser diferenciada de outros distúrbios. Dizer que um indivíduo é disléxico é deixar claro que ele não é deficiente mental, não tem transtorno de déficit de atenção, nem é portador de quadro emocional ou psicológico que interfira no aprendizado. E mais: que foi exposto à alfabetização na faixa de idade adequada e freqüenta uma escola também adequada às suas necessidades.
De certa forma, o diagnóstico de dislexia é feito por exclusão. Por isso, quando a criança é levada ao consultório com a queixa de vai mal na escola, antes de afirmar que é disléxica, é preciso descartar uma série de distúrbios que ela não tem. Por exemplo: deficiências visuais e auditivas interferem negativamente na aprendizagem e podem ser tão sutis que as pessoas ao redor não percebem. É óbvio que ninguém é disléxico porque precisa usar óculos.

Tratamento

Ainda não se conhece a cura para a dislexia. O tratamento exige a participação de especialistas em várias áreas (pedagogia, fonoaudiologia, psicologia, etc.) para ajudar o portador de dislexia a superar, na medida do possível, o comprometimento no mecanismo da leitura, da expressão escrita ou da matemática.


Dislexia na escola

Disléxicos diagnosticados ou não, são, com frequência, penalizados na escola. É exigido deles o mesmo rendimento dos outros alunos. O disléxico não pode, por exemplo, fazer uma prova escrita da mesma forma que os colegas. Feito o diagnóstico do paciente, a escola deve optar por outros recursos de avaliação. Exigir que tome nota ou faça um ditado com a mesma rapidez que fazem seus colegas é impossível.

Portanto, é fundamental identificar o problema e encaminhar o disléxico para um procedimento psicopedagógico ou fonoaudiológico, a fim de tentar corrigir sua dificuldade. Ao mesmo tempo, é preciso garantir-lhe permissão para usar ferramentas que o torne igual aos outros, o que é muito mais complicado do que parece.

Um disléxico grave, com enorme dificuldade para leitura, escrita e compreensão de textos, pode usar, para fazer as provas, o computador que tem o corretor de palavras. Aqueles que têm o raciocínio para matemática, mas não conseguem decorar a tabuada, poderiam usar uma calculadora ou uma tabela.

Porém, a resistência que as escolas apresentam perante essas soluções é enorme. Já que esses recursos aparentam dar uma vantagem ao aluno disléxico que os outros não têm. Quando na verdade é a única forma que o paciente tem de se equiparar aos colegas.

Nossas escolas resistem em admitir tais possibilidades. No exterior, porém, já existem faculdades que aceitam o uso do corretor de texto e a calculadora, porque o que interessa é saber se o aluno disléxico sabe a matéria e não a forma como escreve.






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