Desenvolva um trabalho usando as sílabas estudadas com alfabeto móvel, jogos educativos, fichas de cartolina, etc. Liste as palavras no quadro, faça leitura coletiva e individual, trabalhe a separação de sílabas, junção e ordenação. Imprima a atividade e cole no caderno, fixe a leitura, a sonoridade, a escrita, a caligrafia e a produção textual.
segunda-feira, 15 de julho de 2013
quinta-feira, 11 de julho de 2013
O projeto político-pedagógico e a gestão democrática - Vasco Moretto
sexta-feira, 24 de maio de 2013
Dêixis e anáfora
Dêixis e anáfora
Objetivo
Mostrar que a interpretação de qualquer mensagem depende de sua
inserção no contexto, quer linguístico, quer extra-lingüístico.
Caracterização geral
Chamamos de dêiticas as expressões que se
interpretam por referência a elementos do contexto extra-linguístico em que
ocorre a fala. A palavra dêitico contém a idéia de apontar, e as
expressões dêiticas mais típicas apontam para elementos fisicamente presentes
na situação de fala. É o caso dos pronomes pessoais de primeira e segunda pessoa,
eu e você que, na maioria de seus empregos, remetem
para a pessoa que fala e para a pessoa com quem se
fala.
Chamamos de anafóricas as expressões que se
interpretam por referência a outras passagens do mesmo texto. As expressões
anafóricas servem, tipicamente, para “retomar” outras passagens de um texto. Um
exemplo típico é o demonstrativo isso em frases como “a gasolina subiu
de novo, e isso vai gerar outros
aumentos de preços”; nesse contexto, ficamos sabendo que a palavra isso faz
referência ao aumento da gasolina, olhando para o texto que precede.
Material linguístico
_
A dêixis diz respeito principalmente às
pessoas que participam da interação verbal, ou a lugares e tempos que são
localizados a partir da situação de fala. Realiza-se sobretudo por meio dos
pronomes, dos artigos, dos tempos dos verbos e de certos advérbios.
_
A dêixis realiza uma espécie de
“ancoragem” da fala na realidade. Para entender a importância dessa ancoragem,
convém imaginar a dificuldade que teríamos para entender de quem partiu um
pedido de socorro trazido pelo mar numa garrafa fechada, sem data, sem
referências a lugares e assinado por um desconhecido.
_
A anáfora diz respeito a pessoas e
objetos, tempos, lugares, fatos etc. mencionadas em outros pontos do mesmo
texto; também na função anafórica são úteis os pronomes, o artigo definido, os
tempos verbais (particularmente aqueles que indicam tempo relativo), e os
advérbios.
_
Na opinião de muitos estudiosos, a
anáfora não é apenas um fenômeno entre outros que acontecem nos textos: é o
fenômeno que constitui os textos, garantindo sua coesão. Todo texto seria,
nesse sentido, uma espécie de grande “tecido anafórico”.
Atividades
• Escreva uma
narrativa de que você será ao mesmo tempo narrador e personagem, com base
nestes parâmetros:
a) Voltando da rua,
você encontra gravada em sua secretária eletrônica a seguinte mensagem, falada
por uma voz de adolescente que você não reconhece:
— Não posso falar
muito, eles devem voltar logo. Não sei que lugar é este. Eles são barra pesadíssima,
já deu para ver. Estou bastante machucado. Estão falando o tempo todo de um
jornal e de alguma coisa que deve acontecer amanhã. Diga a meus pais que
comprem os jornais porque é possível que encontrem nos anúncios um pedido de
resgate de seqüestro, disfarçado em anúncio.
b) Uma parte da
narrativa deverá tratar de seu esforço para identificar a pessoa que telefonou
e descobrir onde ela se encontrava no momento em
que fez o telefonema.
• Nas três tiras que você vai ver a seguir, há um certo
número de expressões que se interpretam deiticamente. Diga quais são essas
expressões.
Exercícios
1. Saber qual é o assunto é fundamental para
uma comunicação bem-sucedida.
Veja esta crônica de Fernando Sabino, em que se mostra
que uma conversa prévia pode conter a chave de uma mensagem aparentemente
cifrada:
Em Código
Fui chamado ao telefone. Era o chefe de escritório de
meu irmão:
— Recebi de Belo Horizonte um recado dele para o
senhor. É uma mensagem meio esquisita, com vários itens, convém tomar nota: o
senhor tem um lápis aí?
— Tenho, pode começar.
— Então lá vai. Primeiro: minha mãe precisa de uma
nora.
— Precisa de quê?
— De uma nora.
— Que história é essa?
— Eu estou dizendo ao senhor que é um recado meio
esquisito. Posso continuar?
— Continue.
— Segundo: pobre vive de teimoso. Terceiro: não chora,
morena, que eu volto.
— Isso é uma brincadeira.
— Não é não. Estou repetindo o que ele escreveu. Tem
mais. Quarto: sou amarelo mas não opilado. Tomou nota?
— Mas não opilado — repeti, tomando nota. — Que diabo
ele pretende com isso?
— Não sei não senhor. Mandou transmitir o recado,
estou transmitindo.
— Mas você há de concordar comigo que é um recado meio
esquisito.
— Foi o que eu preveni ao senhor. E tem mais. Quinto:
não sou colgate, mas ando na boca de muita gente. Sexto: poeira é a minha
penicilina. Sétimo: carona só de saia. Oitavo...
— Chega! — protestei, estupefacto. — Não vou ficar
aqui tomando nota
disso, feito idiota
— Deve ser carta em código, ou coisa parecida — e ele
vacilou:
— Estou dizendo ao senhor que também não entendi, mas
enfim... Posso continuar?
— Continua. Falta muito?
— Não, está acabando: são doze. Oitavo: vou mas volto.
Nono: chega à janela, morena. Décimo: quem fala de mim tem mágoa. Décimo
primeiro: não sou pipoca mas também dou meus pulinhos.
— Não tem dúvida, ficou maluco.
— Maluco não digo, mas como o senhor mesmo disse, a
gente até fica com ar meio idiota... Estou acabando. só falta um. Décimo
segundo: Deus, eu e o Rocha.
— Que Rocha?
— Não sei. É capaz de ser a assinatura.
— Meu irmão não se chama Rocha, essa é boa!
— É, mas foi ele que mandou. Isso foi.
Desliguei, atônito, fui até refrescar o rosto com
água, para poder pensar melhor. Só então me lembrei: haviam-me encomendado uma
crônica sobre essas frases que os motoristas costumam pintar, como lema, à
frente dos
caminhões. Meu irmão, que é engenheiro e viaja sempre
pelo interior fiscalizando obras, prometera ajudar-me recolhendo em suas
andanças farto e variado material. E ele viajou, o tempo passou, acabei
esquecendo completamente o trato, na suposição de que o mesmo lhe acontecera.
Agora, o material ali estava, era só fazer a crônica.
Deus, eu e o Rocha!
Tudo explicado: Rocha era o motorista, Deus era Deus
mesmo, e eu, o caminhão.
2. Às vezes a malícia e o humor nascem de um
mal-entendido que tem a ver com o “assunto de que se fala”, tendo origem num
“equívoco de dêixis”. Veja como
isto acontece na história a seguir:
Bilhete complicado
O Gumercindo quando jovem era daqueles cavalheiros à
moda antiga, que gostava de tudo certinho e no seu devido tempo. Namorava uma
linda donzela, por quem estava realmente apaixonado.
Um dia, quando fazia uma viagem de negócios,
Gumercindo entrou em uma loja e comprou um presente para a namorada: finíssimo
par de luvas de “pelica”. Só que na hora do embrulho, a balconista se enganou,
e colocou na caixa uma calcinha de renda, e o pacote foi despachado pelo
correio, com o seguinte bilhete:
“Estou mandando este presente para fazer-lhe uma
surpresa. Sei que você não usa, pois nunca vi usar. Pena não estar aí para
ajudá-la a vestir. Fiquei em dúvida com a cor, no entanto a balconista
experimentou na minha frente e me mostrou que esta era a mais bonita. Achei
meio larga na frente, mas ela me explicou que era para a mão entrar
mais fácil e os dedos se mexerem bem. Você não deve
lavar em casa por recomendação do fabricante. Depois de usar, passe talco e
vire do avesso para não dar mau cheiro. Espero que goste, pois este presente
vai cobrir aquilo que vou lhe pedir muito em breve. Receba um afetuoso
abraço do seu Gumercindo”.
(Marcos Vinícius Ribeiro Dias, Humor na Marolândia.
Paraguaçu, MG – Editora e Gráfica Papiro, 1996.)
Primeiro diálogo: P. Pois bem, senhor Johnson, como terminou seu primeiro casamento?
R. Com uma morte.
P. E foi com a morte de quem, que ele terminou?
Segundo diálogo: P. Quantas vezes a senhora cometeu suicídio?
R. Quatro vezes.
Terceiro diálogo: P. O que aconteceu, então?
R. Ele me disse “Tenho que matar você, porque você
pode
me identificar.
P. E ele matou você?
Quarto diálogo: P. (o juiz mostra uma fotografia de homem) Este é o senhor?
R. Sim, meritíssimo.
P. O senhor estava presente quando a foto foi tirada,
certo?
4. Explique esta tira, mostrando que o desentendimento
de Hagar e Eddie Sortudo resulta interpretações diferentes dadas à palavra aqui.
5. Entre os dêiticos mais usados estão os tempos
verbais, que localizam os acontecimentos no tempo, caracterizando-os como
anteriores, simultâneos ou posteriores ao momento em que ocorre a fala. A letra
do samba “Quem te viu, quem te vê”, de Chico Buarque de Holanda contrasta
realidades presentes (isto é, válidas no
momento de fala) e verdades passadas (isto é, válidas
em algum momento anterior ao da fala). Selecione os fatos passados e os fatos
presentes, reescreva-os em duas
colunas.
Você era a mais bonita
Das cabrochas dessa ala
Você era a favorita
Onde eu era mestre-sala
Hoje a gente nem se fala,
Mas a festa continua
Suas noites são de gala,
Nosso samba ainda é na rua...
6. Um dos problemas que os professores de primeiro
grau encontram com mais freqüência nas redações de seus alunos consiste na
presença de expressões anafóricas que não ficam esclarecidas pelo contexto
lingüístico. Esse problema ocorre uma vez na redação transcrita a seguir.
Localize a passagem em questão e tente explicar de quem podia estar falando a
criança que escreveu a redação.
Redação: “O
dia de azar”
Hoje é dia 13, sexesta feira.Todo mundo diz que hoje é
dia de azar”bom” hoje aconteceu uma coisa fora do comum vou começar “deis do
começo”.Eu estudo na escola VERA CRUZ! Faço rodízio com a Maria Pedro, Rafa e
Rodrigo sem falar na Suzana. A Sandra traz hoje ela é mãe do Pedro. Estavamos
num aperto e num papo quando derrepente furol o peneu de traz do lado esquerdo
já era 5:30 todo mundo saiu do carro pegamos o estepe paramos um pura MONSA
“ele trocou o peneu” e na outra esquina
furol o outro peneu paramos com sorte em frente a
borracharia todo mundo chorou Buá!! Buá!! trocado os peneu fomos para casa e pum!!
Mamãe falou chegou o dia da bomba atomica, e ela foi ver i era eu caida em sima
da cama.Fim essa estória e verdade verdadeira!!!
(“O que significa ensinar língua materna?” In José Luís
Sanfelice, A Universidade e o Ensino de 1° e 2° Graus, Campinas, Papirus, 1988,
pp.25-38)
7. Os lógicos chamam às vezes de “verdades eternas”
àquelas sentenças que são verdadeiras, independentemente do tempo, lugar em que
são afirmadas, e independentemente de quem são os interlocutores (por exemplo:
“a água é um mineral”, ou “um quadrado é uma figura de quatro lados”). No texto
a seguir assinale
com um traço as afirmações que são apresentadas como
verdades eternas (as outras informações são apresentadas pelo texto como
verdadeiras, apenas circunstancialmente
verdadeiras).
Teste simples detecta problemas de surdez em
recém-nascidos
De cada 1.000 crianças, uma nasce com problemas de
surdez. Dados mundiais indicam que 60% dos casos são causados pela herança
genética do bebê. No Brasil, mesmo que a maioria dos casos tenha causas não
genéticas,
como rubéola, meningite ou falta de oxigênio no parto,
com a melhoria da atenção da saúde materno-infantil, a proporção de casos de
origem genética tende a aumentar progressivamente. Entretanto, dificilmente a
surdez é constatada antes que a criança complete dois anos. Nessa altura, ela
já pode ter sofrido prejuízos, causados pela falta de estímulos cerebrais
relacionados com a fala, que vão prejudicá-la pelo resto da vida. É consenso
entre os médicos que a melhor época para o tratamento ocorre por volta de um
ano e meio.
Um teste simples e barato pode mudar essa situação e
mostrar, logo na maternidade, se o bebê tem o problema. É o que indicam os
primeiros resultados de um estudo que vem sendo realizado no Centro de Biologia
Molecular e Engenharia Genética da Universidade Estadual de Campinas. O teste,
que custa apenas o equivalente a US$ 5, indica com certeza se o recém-nascido tem
o problema genético mais comum relacionado com a surdez, a mutação
35delG no gene conexina 26.
8. Na narrativa que segue, foi assinalada a expressão
que introduz, pela primeira vez, cada uma das personagens. Assinale as outras
expressões que fazem referência
às mesmas personagens e, em seguida, una com um traço
todas as que falam da mesma personagem.
OUTRA DO PREGUIÇOSO
Esta é clássica. O sujeito era o mais preguiçoso que
já havia aparecido na face da terra. Certo dia lá, disse que não trabalhava
mais, e fim de conversa, preferia morrer de fome. A vizinhança, condoída,
passou a levar comida para o preguiçoso. Mas, sabe como é, aquilo também já era
demais. Resolveram fazer o enterro do preguiçoso. Ele num tinha dito que
preferia morrer?
Na rua principal, um caboclo bão da cidade vizinha
quer saber quem tinha morrido. Quando contam o causo, ele fica condoído:
— Mas não façam isso como o pobre diabo, sô! Olha
aqui, eu ofereço uma saca de arroz para matar a fome dele, uai.
O preguiçoso abre uma fresta do caixão e grita lá de
dentro:
— Cum casca ou sem casca?
— Cum casca, diz o prestimoso cidadão
E o preguiçoso, fechando o caixão:
— Intão segue o enterro.
9. Todas as frases que seguem foram copiadas de
pára-choques de caminhões,
portanto foram escritas para ser lidas pelos
passageiros de outros veículos, na estrada.
Tente dizer a quem fazem referência os pronomes
grifados:
“Mulher feia e frete barato eu não carrego”
“Eu sou imortal, pois não tenho onde cair morto”
“Se você tem olho gordo, use colírio Diet”
“Muitos me seguem, mas um só me acompanha”
“Respeite o meu trabalho, respeitarei o seu passeio”
“Não me acompanhe que não sou novela”
(Piadas e Pára-Choques, n° 1, publicação vendida
nos postos de serviço da conessionária AUTOBAN)
10. Transforme as três tirinhas da seção Atividades
em três pequenas narrativas, de que você será o narrador. Faça em seguida
um balanço das palavras e construções que tiveram que ser mudadas.
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